sábado, 7 de janeiro de 2012

Petróleo: rumores de bloqueio de Ormuz e de ataque ao Irã aquecem os preços



É uma das incógnitas de 2012. O Irã tem estado em foco por uma convergência de episódios e decisões. E o estreito de Ormuz surgiu como peça destes jogos de nervos.
Durante 10 dias, a marinha iraniana desenvolveu o "Velayat 90", um conjunto de exercícios militares navais que se estenderam pelo Golfo do Pérsico, Golfo de Omã e Mar Arábico. Os exercícios colocaram as forças iranianas na proximidade da 5ª Esquadra norte-americana que opera a partir do Bahrain.
No final do ano, os EUA aprovaram sanções contra o Irã que penalizarão fortemente os clientes do petróleo iraniano, entre os quais se encontram, em 85% dos casos, asiáticos e, em 17%, países da União Europeia, com destaque para a Grécia, Itália e Espanha.
Em simultâneo, estrategos norte-americanos falam de ser o momento certo para um ataque cirúrgico a alvos do projeto nuclear no Irã. "Na hora de atacar o Irã - porque razão um ataque é a menor das piores opções" é o título de um dos artigos simbólicos desta ótica, escrito por Mathew Kroenig, do Council of Foreign Relations norte-americano, na edição de janeiro/fevereiro da  revista Foreign Affairs, acabada de publicar.
O vice-presidente iraniano falou, durante os exercícios, de bloquear o Estreito de Ormuz se as sanções se impuserem efectivamente. O estreito é um corredor que a Energy Information Administration considera "o mais importante ferrolho do petróleo" do mundo. Por ele passa um pouco mais de 1/3 do petróleo transportado por via marítima.
Durante a guerra do Irã e do Iraque, nos anos 1980, os iranianos minaram as águas do estreito e comandos em barcos de borracha atacaram petroleiros. Uma brincadeira comparada com a capacidade atual iraniana. "[Fechar o estreito] é tão fácil como beber um copo de água", disse o almirante iraniano Habibollah Sayari.
Mas, como se verificou nestes exercícios, o estreito pode ser afetado a partir do Golfo do Omã, a sul do Estreito, que é ladeado pelo Irã e pelo Omã. Os exercícios navais recentes pretendem projetar a capacidade iraniana também no Índico ocidental.

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